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Os escoceses têm uma maneira diferente dos brasileiros de ver o trabalho. É o que aponta o supervisor de um call center João Rafael de Almeida Carraro, de 41 anos. Morador de Edimburgo a sete anos, ele relata que os locais encaram o ambiente de trabalho de forma mais leve e conseguem aproveitar os dias de folga para curtir.
Rafael trabalhava como TI em uma empresa em Alphaville, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Quando foi para o país do Reino Unido encontrou um novo mundo. Embora já fizesse uma escala 5×2 aqui no Brasil, às vezes, precisava trabalhar aos finais de semana. Mesmo que não fosse acionado, ficava de sobreaviso para caso alguém precisasse. “Era meio trabalhando e não”, descreve.
Mas, ao imigrar, deparou-se com outra realidade. Em geral, a semana de trabalho na Escócia pode variar entre 37 e 40 horas, de acordo com o movimento 4 Day Week –criado com o intuito de reduzir a carga de trabalho. Desde 2021, o país faz testes para reduzir a carga horária. Há algumas empresas, inclusive, que já adotam a escala 4×3.
Enquanto isso, aqui no Brasil ainda se discute a redução da jornada. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que busca reduzir de 44 para 36 horas semanais, e tem como objetivo principal acabar com a escala de 6 dias de trabalho e 1 de descanso, popularmente chamada de ‘escala 6×1’.
João Rafael percebeu a diferença que é ‘estar fora do trabalho’ quando realmente estivesse fora do expediente. “A gente já vem de um padrão de trabalho, né?”, aponta. Na Escócia, embora não haja uma CLT como no Brasil, o compromisso de trabalho é feito por meio de um contrato. Logo, o que você combina com o empregador, é o que será feito.
Não há Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), 13º salário e nem mesmo salário mínimo, mas existe um teto mínimo que a empresa deve pagar aos funcionários. De acordo com o site Numbeo, em 2023, a média de salário mínimo na Escócia era de £2.016,98 (pouco mais de R$ 15,4 mil), com os impostos descontados.
Além disso, o governo não permite que o trabalhador exceda 48 horas semanais de trabalho. E quando a pessoa é contratada por uma empresa, já pode escolher as férias antes mesmo de completar um ano, que consideram apenas os dias úteis –diferentemente do Brasil, em que as férias se referem a dias corridos (contando finais de semana e feriados).
“A gente tem uma média aí, vamos dizer, de seis semanas de férias por ano. Essa foi uma das primeiras coisas que eu tive como um choque quando cheguei aqui. Eu lembro na primeira entrevista, ele perguntava, você tem férias já programadas? Porque ele já te coloca em uma escala de férias para saber dias que você já não está preparado para trabalhar”, aponta.
Em todos os lugares que já trabalhou em Edimburgo, a escala também era de 5×2, e os dias de folga nem sempre são consecutivos, mas a semana era sempre de 40 horas trabalhadas. Na atual empresa, onde atua como supervisor de um call center, seu horário é fixo, das 8h30 às 17h, e a equipe que coordena tem horários variados ao longo do dia. “Mas ninguém trabalha mais tempo, entendeu?”, adverte.
Apesar de já trabalhar em escala reduzida, ele aponta que a maior diferença entre os dois países é na maneira como o trabalho é encarado tanto por quem contrata quanto por quem é contratado. O brasileiro explica que não há uma grande cobrança e que também não há o medo de ficar desempregado, porque arrumar algo novo é muito mais fácil do que aqui.
Fonte: Terra
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