MP e Febraban discutem como combater uso do pix em sequestros relâmpagos

06/03/2023

Promotor diz que uma das dificuldades para coibir esse tipo de crime é a existência dos “ponteiros” (pessoas que fornecem sua conta aos bandidos) (Por Agência Brasil)

O Ministério Público do estado de São Paulo (MPSP) e promotores de Justiça com atuação na esfera criminal se reuniram nesta sexta-feira (3) com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na capital paulista, para discutir formas de combater o uso do Pix como pagamento por resgates em sequestros relâmpagos.

Foi a primeira reunião das entidades, que ocorre após o Ministério Público ter observado o aumento exponencial desse tipo de crime. “Queremos tomar algumas providências para que isso não seja tão fácil para os criminosos”, disse o promotor criminal do Fórum da Barra Funda, Marcelo Barone. “O que o MP busca é uma medida que faça com que esse tipo de crime diminua em São Paulo.

Além dos bancos, o MP quer envolver também todas as instituições que trabalham com o Pix e não fazem parte da federação. “Nossa primeira conversa foi com a Febraban e agora vamos buscar essas outras instituições”, disse Barone.

O promotor não deu prazo para a implantação das ações, mas destacou a necessidade de que seja o mais rápido possível. Ele disse também que a polícia já está conversando com a Febraban.

“Um dos assuntos que está no nosso diálogo é a presença de geolocalização no aplicativo do banco. Isso envolve diálogo e muitas outras questões que discutiremos mais. Esse seria um ponto fundamental porque a polícia teria informação mais precisa sobre o local onde é feita a transação e aí os criminosos seriam presos em flagrante”, explicou Barone.

O promotor criminal disse ainda que uma das dificuldades para coibir esse tipo de crime é a existência dos “ponteiros” (pessoas que fornecem sua conta para que o dinheiro seja transferido e diluído, dificultando o seu rastreio).

“Esses ponteiros têm que saber que responderão por extorsão e extorsão mediante sequestro, com penas altíssimas — em torno de 17 anos de prisão“, afirmou Barone. “Esses ponteiros são pessoas comuns cooptadas e pagas para ceder sua conta. Infelizmente, se não tivermos ajuda e participação de todos envolvidos nessa questão, não teremos solução para o problema”.

Fonte: InfoMoney

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