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Assim como o yuan chinês e o dólar americano, o real brasileiro também terá sua versão digital – mas esse ainda não é o fim do dinheiro físico
Em março de 2019, a Meta, controladora do Facebook, anunciou que lançaria a sua própria criptomoeda, então chamada de Libra. O plano deixou reguladores e legisladores do mundo inteiro preocupados com a possibilidade de uma gigante do setor privado oferecer uma nova moeda que poderia prejudicar as moedas nacionais e até mesmo comprometer a capacidade dos países de controlar as suas políticas monetárias.
Diante de tantas pressões, a Meta acabou por descontinuar o projeto da Libra. Mas o episódio serviu como um alerta para os bancos centrais do mundo todo: se eles próprios não digitalizassem logo suas moedas, muito em breve essa questão poderia se tornar incontornável.
Foi então que começaram a surgir projetos de CBDCs (Central Banks Digital Currencies, ou “moedas digitais emitidas por bancos centrais”), que são moedas que circulam apenas digitalmente e, diferentemente das criptomoedas, contam com a garantia soberana do Banco Central do país que a emitiu. É como as notas de real que você guarda na carteira, mas digitais – inclusive, armazenadas em carteiras digitais como a do seu celular.
Onde as moedas digitais já são uma realidade?
Com apenas 390 mil habitantes, as Bahamas já contam com uma versão 100% digital da sua moeda. Equivalente ao dólar tradicional do país, o “sand dollar” começou a ser testado em 2019 e foi totalmente implementado apenas um ano depois com bastante êxito. Como o país é composto por 700 pequenas ilhas, a movimentação de dinheiro físico se torna muito cara. Daí o sucesso da moeda digital.
A China também testa o yuan digital desde 2019. De lá pra cá, cerca de 200 milhões de chineses baixaram o aplicativo do BC chinês que disponibilizou o e-CNY, já adotado por sete bancos em 20 cidades do país. O pioneirismo do gigante asiático instigou os EUA a fazerem o mesmo e, em novembro, o FED, o banco central americano, iniciou testes para avaliar a viabilidade do dólar digital.
Mas o nosso dinheiro já não é digital?
O Brasil já começou a desenvolver seu projeto de moeda eletrônica, o real digital deve começar a circular já em 2024, mas o dinheiro virtual, de certa forma, já é uma realidade no país.
Atualmente, apenas 3% dos reais dos brasileiros circulam fisicamente em notas e moedas. Todo o restante é negociado e trocado digitalmente no sistema bancário, através dos cartões de débito e crédito, das transferências eletrônicas como DOC, TED e, mais recentemente, pelo PIX, que funciona também como um sistema de pagamentos. Mas se quase todo o dinheiro já é digital, qual o ponto do real digital?
Em entrevista à TV Senado, o coordenador da iniciativa do real digital no Banco Central, Fábio Araújo, explicou que, em muitos países, um dos benefícios do desenvolvimento de uma moeda digital é, justamente, o conjunto de facilidades que os brasileiros já têm com o PIX e com o open banking.
“O real digital vai possibilitar, por exemplo, o funcionamento de contratos inteligentes, que se auto executam conforme o que foi combinado entre as partes”, explica Araújo. Estes contratos poderiam ser utilizados até para o pagamento de salários, ordens de serviço e compras frequentes.
“Nessa economia totalmente digitalizada, o real digital vai ser a ferramenta de liquidação ideal para aumentar as eficiências e garantir que você pode atingir uma base mais ampla da população”.
“Liquidação” é o cumprimento de um pagamento, quando o comprador entrega ao vendedor os valores acordados entre eles em uma operação. Hoje, as ferramentas de liquidação que usamos são os bancos, que fazem a operação e emitem um comprovante de que ela de fato aconteceu. Com o real digital, perde-se a razão de ser desse intermediário: o próprio sistema de regulação do Banco Central, que poderá ser baseado em tecnologias como a blockchain, é o responsável pelo registro da operação.
Ao comprar ou vender um carro usado através de um “contrato inteligente”, por exemplo, as partes acordam que assim que o veículo for transferido de A para B, o dinheiro digital sairá da carteira digital de B para a carteira digital de A. Os bancos, claro, não vão morrer. Mas sua atuação será mais focada em serviços financeiros, como aplicações, empréstimos e financiamentos.
Moedas digitais: mais segurança, mesma privacidade
Araújo explica ainda que uma das principais vantagens do real digital é que ele ajudará a aprimorar os mecanismo de controle e combate a fraudes financeiras e outros tipos de crimes, como tráfico de armas e drogas e até terrorismo. Isso porque a movimentação de grande valores deverá ser feita principalmente através da moeda digital – que ao contrário do dinheiro físico, é totalmente rastreável.
“Hoje, quando o dinheiro sai do sistema financeiro e vira papel moeda, perde-se a capacidade de rastreamento, o que dificulta o acompanhamento do fluxo desse dinheiro”, explica o especialista. A possibilidade de rastreamento, entretanto, não significa o fim do direito ao sigilo fiscal e bancário. “As moedas digitais do banco central terão o mesmo nível de anonimidade que o sistema financeiro tem hoje – as operações são sigilosas, mas rastreáveis se for necessário. Como o real digital estará sempre dentro do sistema, ele sempre será rastreável nos casos em que, por exemplo, o poder judiciário assim determinar.”
O dinheiro físico vai deixar de existir?
Não. Assim como o surgimento do cheque, dos cartões e do PIX não mataram o dinheiro físico, o real digital também não trará esse choque. “O real digital só abrirá nova possibilidades, novas facilidades de pagamento, para que as pessoas possam optar por elas”, explica Araújo. “Com a transformação digital da sociedade, o dinheiro em papel deve ser cada vez menos utilizado, mas ele não será extinto.”
Fonte: Exame
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