Banco Central revela que Drex ‘empacou’ em soluções de privacidade e não tem prazo para ser lançado

18/04/2024

Durante o WebSummit, o coordenador do Drex destacou que tokenização e a inteligência artificial são as prioridades do Banco Central na área de tecnologia

Durante o painel, Explorando as Fronteiras do Drex, realizado pelo Banco BV, nesta terça, 16, durante o WebSummit, o coordenador do Drex, Fábio Araujo, afirmou que o Drex ‘empacou’ nas soluções de privacidade e, portanto, não deve ser lançado em 2024, como previa anteriormente o BC.

Araujo destacou que atualmente na fase de testes do Drex, nenhuma das soluções de privacidade testadas conseguiu resolver o dilema entre privacidade e escalabilidade e isso deve atrasar o lançamento da CBDC. A Parfin iniciou os testes recentemente com o Bacen e não disponibilizou para os participantes.

“A gente já testou algumas soluções. Essas soluções têm seus prós e contras. A gente vai fazer uma análise de quais soluções são maiores ou suficientes para a adoção do ecossistema do Drex e deve soltar um relatório para a sociedade no meio do ano, encerrando essa primeira fase de testes”, afirmou.

Diante disso, o relatório do BC, segundo o executivo, deve chegar a três resultados.

“O primeiro resultado é, olha, essa tecnologia não está pronta e não estará pronta nos próximos anos. Essa tecnologia está descartada, a outra solução, a outra estreia. O segundo é olha, essa tecnologia está pronta, nós já podemos pensar em levar esse sistema para a produção. Não parece que seja esse o caso. O que a gente tem em vista agora (que é o terceiro ponto), é que privacidade é um obstáculo grande e a gente precisa encontrar caminhos para trabalhar, a gente ainda precisa amadurecer as soluções para a capacidade, então até o meio do ano a gente deve ter essas soluções um pouco mais amadurecidas do que elas são agora, mas ainda não prontas para a produção”, apontou.

Assim, Araujo apontou que esse é o maior desafio que a BC tem para frente. E nos próximos passos, dado essa maturidade das soluções de capacidade, o BC deve ampliar as soluções para começar a amadurecer os produtos.

“A primeira fase do teste foi muito focada em smart contracts desenvolvidos para a infraestrutura concreta, então são smart contracts de especificidade do Banco Central, mas o Banco Central só vai oferecer a plataforma, os serviços vão ser feitos pelos participantes, pelos participantes do mercado. Então a gente tem que amadurecer dessa governança dos smart contracts, dos participantes dessa plataforma. Esse é o próximo passo que a gente deve começar”, disse.

Ele apontou também que as questões de recursos humanos do Banco Central também impactou o avanço do Drex e de todos os produtos do Banco Central, como outras implementações do Pix, mas que a instituição vem trabalhando para resolver estes problemas.

Inovação e IA
Segundo Araujo, o BC tem trabalhado com inovação e tentado absorver algumas tecnologias para o mercado brasileiro. Essas inovoçõs, segundo ele, tem feito o Banco Central liderar a discussão da tokenização no mundo.

“A gente vislumbrou o potencial de tokenização, além do que os bancos centrais estavam vendo. Quando começou a discussão sobre o tema de cripto, a gente foi, além das ideias de só um sistema de paramento instantâneo, que era o que a gente já tinha resolvido com o Pix, a gente viu que a tokenização era um caminho muito importante a trilhar, onde a gente poderia ganhar muita eficiência nas transações financeiras” disse.

Araujo destacou que, este novo ambiente de tokenização, rico em dados, informações e produtos, exige naturalmente a integração com a inteligência artificial.

“É praticamente impossível em um ambiente onde você tem aberto para centenas ou milhares de fintechs oferecendo a cada uma um portfólio de produtos diferentes, você pensar em qual é o melhor momento para ter o contrato final que vai atender a necessidade de cada cliente. Para isso você precisa de inteligência artificial, uma das prioridades para esse ano é a organização com tokenização, outra é a parte de inteligência artificial e a gente acha que juntando essas tecnologias e abrindo espaço para os inovadores” afirmou.

O executivo do BC afirmou que o Banco Central é uma instituição naturalmente conservadora e por isso, a estratégia da instituição sempre foi sentar e entender o problema, para então apresentar uma solução para a sociedade, porém, com a velocidade que a inovação tem hoje em dia, isso é impossível de se fazer.

“A gente tem que identificar o problema, identificar os stakeholders, identificar quais são os potenciais e discutir com a sociedade. De abrir a discussão com a sociedade. Isso faz com que a gente avance de uma forma muito mais rápida, muito mais segura e de uma forma muito mais útil para a sociedade. Quando implantou o Pix, que foi há poucos anos, a gente conseguiu trazer, no primeiro ano de operação do Pix, 45 milhões de pessoas para a mídia digital”, disse.

Para tanto, nesta nova jornada do BC, Araujo destacou que o BC não pode mais adotar uma atitude ‘lenta’, mas entender, junto com o mercado, junto com a sociedade, quais são as necessidades e como é que o BC pode colocar novos serviços, aliado com as empresas do mercado, para democratizar o acesso da população aos serviços financeiros, que é o fundamental.

Participando do painel, Carlos Bonetti, executivo do banco BV, destacou que o Drex é fundamental para criar uma jornada de produto totalmente diferente e muito mais simples e acessível, além disso, a captação de novos produtos de investimentos.

“Estamos estudando agora como é que a gente faz a distribuição de CDBs tokenizados, permitindo que as pessoas tenham mais facilidade de comprar esses produtos de investimento com segurança, dentro de um ambiente bastante com informação para elas tomarem a melhor decisão”, afirmou.

Fonte: Estadão

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