Demissão em massa no Itaú: FEEB-SC participa de reunião com o banco para pedir explicações e promover o diálogo

Em reunião online realizada nesta tarde (12 ), entre representantes do Banco Itaú e da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (CONTEC), foram discutidas as recentes demissões em massa que atingiram cerca de 1.100 funcionários, majoritariamente em regime de home office, com forte impacto na área de tecnologia.

Segundo o banco, as demissões foram motivadas por quebra de confiança após levantamento interno que apontou que muitos colaboradores estavam trabalhando apenas 2 a 4 horas por dia, apesar de estarem contratados para jornadas de 8 horas. O monitoramento foi feito por meio de programas de computador, que registraram o tempo de atividade nos equipamentos corporativos. O banco alegou que, mesmo com baixa produtividade, alguns funcionários geraram horas extras, sem justificativa de trabalho efetivo.

O Itaú afirmou que houve debate interno sobre aplicar justa causa por faltas graves, mas optou por desligamentos sem justa causa. A avaliação envolveu apenas funcionários em home office, excluindo os da rede de agências. Os demitidos atuavam além das áreas como tecnologia, departamentos jurídicos, vendas, RH, entre outras, sendo que 99% dos demitidos, eram da cidade de São Paulo.

O presidente da CONTEC, Lourenço Ferreira do Prado, criticou o fechamento de agências e o aumento do desemprego no setor bancário. “O movimento sindical não defende desvios de conduta, mas é inadmissível uma demissão em massa sem diálogo prévio”, afirmou. Ele destacou que, diante do número elevado de desligamentos, torna-se difícil sustentar a justificativa apresentada pelo banco.

Eduardo Israel, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE), questionou o banco por não ter acionado o movimento sindical antes das demissões, para que os trabalhadores pudessem ser orientados sobre condutas esperadas e em nome da COE Itaú Contec, repudiou a forma como o banco conduziu as demissões em massa e reforçou que o movimento sindical existe justamente para mediar, orientar e construir soluções antes que medidas tão drásticas sejam tomadas.

O presidente da Federação dos Bancários de Santa Catarina, Armando Machado Filho, reforçou durante a reunião, a indignação da categoria:

“É absolutamente inaceitável que um banco que ostenta lucros bilionários trate seus trabalhadores com tamanha frieza e desrespeito. A demissão sumária de mais de mil pessoas, sem qualquer espaço para diálogo ou negociação, fere não apenas os princípios da boa-fé, mas também a dignidade da categoria bancária. A Federação dos Bancários de Santa Catarina repudia veementemente essa postura autoritária e exige que os trabalhadores sejam tratados com o mesmo respeito que o banco exige para si no mercado. Não se pode normalizar decisões unilaterais que impactam vidas e famílias. O lucro não pode ser construído sobre o silêncio e a exclusão.”

O Itaú declarou que está “tranquilo” com a decisão e que acredita ter feito “a coisa certa”. Reforçou que os desligados representavam uma minoria e que os 80 mil colaboradores da instituição conhecem as regras e atuam conforme as normas. O banco também informou que já contratou mais de 200 pessoas em setembro e pretende repor todas as vagas, podendo ultrapassar 1.000 novas contratações até o fim do ano.

A reunião foi encerrada com o pedido da CONTEC para que o banco mantenha diálogo constante com o movimento sindical em qualquer ação que envolva colaboradores. O sindicato solicitou ser informado previamente sobre qualquer movimentação futura, para que possa atuar junto às relações sindicais do banco.

Fonte: FEEB-SC