Idosos são alvos de golpes e preferem realizar serviços bancários pessoalmente

06/10/2025

Idosos são alvos frequentes de golpes bancários em agências e caixas eletrônicos, ligações e mensagens fraudulentas. Por isso, alguns aposentados acreditam que ir presencialmente aos bancos e evitar serviços online são uma maneira segura de evitar fraudes.

É o caso de Geraldo Cardoso de Aparecida, de 70 anos, contou que perdeu seus dois cartões de banco dentro de um ônibus. Minutos depois, recebeu mensagens de uma pessoa que dizia ter encontrado seus documentos. “Desci do ônibus achando que ia recuperar meus cartões. A pessoa falou para eu ir buscar, mas antes pediu um PIX como recompensa. Aí desconfiei e liguei para o meu sobrinho, que é da polícia”, relatou. Segundo ele, os cartões haviam sido encontrados pelo motorista do ônibus, mas o golpista havia conseguido ver o nome que constava nos cartões e, com isso, descobriu seu telefone pessoal e tentou aplicar o golpe. Felizmente, ele conseguiu recuperar os cartões sem precisar realizar nenhum pagamento.

A aposentada Cilda Queiroz, de 71 anos, também relatou um caso que presenciou. Uma amiga, ao ir ao banco sozinha, foi abordada por um homem que indicou que o cartão dela havia caído. “Ela olhou para o chão e, nesse momento, ele pegou o cartão, que estava na máquina. Ela só percebeu depois, quando o dinheiro da conta sumiu”, disse. Cilda também contou que, quando era mais jovem, foi vítima de um golpe, após receber uma rescisão trabalhista. Dois homens a abordaram e conseguiram levar seus cheques. “Na época, o banco ressarciu, mas depois disso fiquei muito mais atenta”, explicou.

A mulher criticou ainda a pressão dos bancos para que os idosos utilizem os canais digitais. Ela afirma que prefere resolver tudo presencialmente e não utiliza aplicativos. “Nunca desbloqueei o crédito do meu cartão. Só uso débito e ainda prefiro pagar uma taxa e resolver pessoalmente. Esse negócio de aplicativo não é para todo idoso. A gente não cresceu com isso”, argumenta. Ela defende que as instituições mantenham funcionários disponíveis para auxiliar os clientes mais velhos, e reclama que os bancos priorizam soluções tecnológicas sem oferecer o suporte adequado. “Hoje em dia tudo é por celular. A gente não tem facilidade com isso e nem todo mundo tem filho para ajudar”, afirmou.

Além disso, Cilda afirma que já tirou o telefone fixo de casa por causa da quantidade de ligações de golpistas. “Era toda hora, sempre com conversa diferente. Quando um golpe acabava, começava outro, mais elaborado”, disse. Ela acredita que o problema vai além da segurança digital: “O idoso fica muito sozinho. Muita gente cai em golpe porque não tem com quem contar”, afirma.

Wilson Antunes, de 67 anos, também relata que recebe inúmeras tentativas de golpes por ligações. Os três aposentados preferem realizar ações presencialmente em agências bancárias, pois para eles é uma maneira de se sentirem mais seguros durante o serviço. “Eu evito de mexer muito no celular, fazer transações, eu prefiro vir pessoalmente no banco”, diz Wilson. Outro ponto que faz ele se sentir mais protegido, é a presença de vigilantes no local. “O certo era ter polícia na frente, dentro do banco, vigilante na frente dos caixas eletrônicos. Porque se torna mais seguro para a pessoa ficar ali”, finaliza.

De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o percentual de golpes ou tentativas de golpes aumentou de 33%, em setembro de 2024, para 38% em março de 2025 no Brasil. As pessoas mais susceptíveis são os homens (44%); e aqueles com 60 anos ou mais (42%); e os que têm ensino superior (41%).

O que diz o Procon

Segundo o Procon-SP, as instituições financeiras devem garantir transparência nas informações prestadas sobre contratações e serviços, que devem ser adequadas a esses consumidores que são muitas vezes hiper vulneráveis. Quando um idoso é vítima de golpe, o órgão informa que, a partir da contestação da operação ou cobrança, cabe às instituições financeiras demonstrar que a contratação foi feita de forma devida, com a autorização do consumidor e sem falhas de informação, independentemente da idade do consumidor.

“Os consumidores não devem fornecer ou confirmar dado algum para quem quer que seja, principalmente informações como o CPF, RG, endereço de casa, data de nascimento, conta bancária, senhas, tirar fotos e outros. Em caso de contato de alguém se passando pelo banco, o idoso deve desligar o telefone e procurar a agência”, informa o Procon.

Situação mobiliza até polícia

A Polícia Civil de Sorocaba, por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), deflagrou a Operação Sênior Safe no começo da semana, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por aplicar golpes em idosos. Ao todo, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos no bairro Brasilândia, em São Paulo, resultando na prisão de um dos envolvidos. Outros dois ainda estão foragidos. Eles alteravam o idioma dos terminais físicos e se aproveitavam da confusão dos idosos para sacarem dinheiro de suas contas.

Fonte: Jornal Cruzeiro

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